Pedro Sousa Carvalho e Sandra Almeida Simões
Em entrevista ao Diário Económico, o presidente do Benfica fala sobre o treinador, a venda de jogadores e as acções em bolsa.
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e o administrador da SAD, Domingos Soares de Oliveira, estiveram duas horas à conversa com o Diário Económico. Contas, futebol, jogadores, novo fundo, bolsa e o futuro do clube foram os grandes temas abordados ao longo da entrevista.
O Benfica ultrapassou a meta dos 200 mil sócios. Qual é agora o objectivo e em quanto tempo pretendem alcançá-lo?
Luís Filipe Vieira: A estratégia utilizada, desde que chegámos a esta casa, está focada nos sócios do Sport Lisboa e Benfica. Pensamos que iremos conseguir cumprir o novo objectivo que é atingir os 300 mil sócios.
Tem algum objectivo definido em termos de ‘timing' para atingir os 300 mil sócios?
LFV: Não tenho uma meta temporal, apenas o objectivo final. Confesso que tinha uma determinada expectativa que não foi cumprida. Gostaria de estar já a celebrar os 300 mil, mas fui demasiado ambicioso. Agora, alcançámos os 200 mil sócios, o que não deixa de ser notável. Não em seis ou sete meses. Sinceramente não sei em quanto tempo, mas da forma como a equipa se está a aproximar dos sócios chegaremos lá em breve.
Destes 200 mil sócios, quantos são pagantes?
LFV: Mais de 60% têm débito directo. E fomos o último clube a fazer uma remuneração de todo o universo de sócios. Foi em 2005. Isso significa que todos aqueles que já não reuniam as condições foram "limpos" da base de dados.
Como estão as negociações para o ‘naming' do estádio?
Domingos Soares de Oliveira: Continuamos em negociações. Ainda não está fechado o processo. Este é talvez o projecto mais difícil em termos de venda.
Difícil porquê?
DSO: Difícil porque é um valor elevado, embora não seja mais caro do que as camisolas. Enquanto o patrocinador das camisolas tem uma visibilidade diária, o patrocinador do estádio não tem essa mesma visibilidade. Continuamos com propostas activas e acreditamos que, a curto/médio prazo, vai ser possível fechar esse patrocínio.
E estamos a falar de empresas nacionais que já apresentaram propostas?
DSO: Estamos mais a falar de empresas internacionais, do que nacionais. Sim, já apresentaram propostas. Para uma empresa internacional, a sua associação ao Benfica é muito forte. O melhor exemplo é o caso da Repsol. A frota de clientes/sócios do Benfica é hoje o primeiro, ou o segundo, melhor cliente da Repsol.
E quais são as grandes prioridades para este mandato?
LFV: A herança que recebemos foi muito pesada. Ainda hoje temos de responder por erros e irresponsabilidades de um determinado período da nossa história. Durante a campanha eleitoral, assumi que a prioridade seria a vertente desportiva. Queremos deixar o museu concluído e fazer a revisão de estatutos.
A casa está arrumada?
LFV: Sim, a casa hoje já está arrumada. O que nos tem faltado são os resultados desportivos, sobretudo porque tínhamos outras prioridades.
Está de tal forma apetecível, que receia uma nova Oferta Pública de Aquisição?
LFV: Não, não receio. O maior accionista da SAD Benfiquista vai ser sempre o clube. Esse perigo não existe.
Noutras SAD, o presidente é bem remunerado. No Benfica, o presidente não é pago. Qual é a lógica?
DSO: Nenhum dos Órgãos Sociais eleitos pelos sócios é remunerado. É a lógica de quem serve o Benfica, serve com espírito de missão e não de qualquer remuneração. E não creio que haja intenção de alterar essa situação.
As goleadas já estão a reflectir-se nas receitas de bilheteira?
LFV: As receitas de bilheteira são compostas por duas vertentes. Aquilo que são as receitas dos bilhetes de época, cativos e camarotes cresceu face aos últimos anos. E depois temos uma segunda vertente de jogo a jogo que, tipicamente, é mais comprado por adepto do que por sócio. Nesta vertente, estamos com o triplo da facturação, em relação ao ano passado. No campeonato nacional e nas competições europeias estamos com o volume de receitas 30% acima do valor do ano passado.
Os resultados de amanhã vão ser elucidativos da ausência de venda de jogadores?
LFV: Os resultados vão reflectir a estratégia. Para além disso, se uma liga dos Campeões vale cerca de 15 milhões de euros... é uma questão de fazer contas. Mas repito, sabemos exactamente o terreno que estamos a pisar. A conta de resultados será influenciada de forma significativa mas, do ponto de vista financeiro, temos a capacidade para aguentar esse impacto de não vender jogadores. Toda a gente reconhece que os activos, os jogadores, valem muitíssimo mais hoje do que valiam há um ano atrás.
Durante dois anos?
LFV: Durante dois, se for necessário. Se isso é algo que queremos manter ‘ad eternum', depende também do que queremos fazer em termos de investimento. Hoje temos o melhor plantel dos últimos anos.
Quando vão dar lucros?
DSO: Evidentemente que não vamos dar prejuízos ‘ad eternum'. Acreditamos que conseguiremos voltar aos lucros e ter os capitais recompostos no espaço de três ou quatro anos.
Quando conseguirão ter os capitais próprios repostos?
LFV: A meta definida é o ano de 2013. E este projecto desportivo tem de ser sustentado ao longo dos próximos três a quatro anos. Se conseguirmos renegociar os contratos, colocamos o Benfica num patamar completamente diferente.
A crise financeira também teve impacto no Benfica?
LFV: Teve impacto no Benfica, como em todo o lado. Mas apesar de tudo não nos podemos queixar muito. Como em qualquer outra empresa, tivemos maior dificuldade de acesso ao crédito. Posteriormente, reflectiu-se também no aumento dos ‘spreads'. Já do ponto de vista de receitas, não sentimos impacto. Assinámos contratos, que melhoraram os valores que vinham do passado. O potencial de valorização da marca Benfica foi positivo.
Pedro Sousa Carvalho e Sandra Almeida Simões
O Benfica retirou jogadores do Stars Fund por considerar que o fundo foi subavaliado.
Não se deve comprar acções dos clubes desportivos à espera da valorização ou dos dividendos. É o conselho de quem gere a SAD mais valiosa da bolsa.
Recentemente lançaram o Benfica Stars Fund. Quem são os subscritores?
Luís Filipe Vieira: Não temos conhecimento dos subscritores. Não escondemos que apresentámos as características aos principais parceiros, não só os financeiros, mas também às empresas que trabalham muito com o Benfica.
O Benfica quanto subscreveu?
Domingos Soares de Oliveira: Nós subscrevemos seis milhões. Somos os principais interessados no êxito do fundo.
Qual é a lógica de vocês próprios investirem num fundo que estão a usar para melhorar as receitas?
DSO: É uma lógica de compromisso perante os restantes parceiros. O êxito do fundo será o êxito da Benfica SAD. Estamos perfeitamente convencidos que os jogadores que estão no fundo têm um potencial de valorização. É nosso interesse que as vendas se concretizem.
Consideram o lançamento do fundo um sucesso?
LFV: Sem dúvida. O nosso objectivo era colocar os 40 milhões de unidades de participação. Era determinante que esse fundo estivesse sediado em Portugal, sob a supervisão da CMVM, independentemente dos nossos problemas ou dos problemas das SAD com o regulador. Mas também sabíamos que seria um processo extremamente complexo de aprovação.
Foram feitas sugestões por parte da CMVM?
DSO: Foi pedido um conjunto de alterações, todas acatadas.
O montante vai para onde?
DSO: Esse ‘cash' que de alguma forma cativámos serve para reduzir passivo e para ajudar o Benfica a criar condições para continuar os investimentos.
Faz sentido pensar noutro instrumento que esteja disponível para institucionais e para adeptos ou sócios?
DSO: Chegámos a estudar, já há algum tempo e em conjunto com um dos nossos parceiros, a possibilidade de fazer um fundo aberto aos adeptos. A mecânica é diferente porque implica que o produto esteja disponível aos balcões dos bancos. Pode ser feito, mas neste momento não está a ser equacionado.
O que é que garante que este Fundo vai ser rentável?
LFV: Actualmente, sete ou oito jogadores do clube são dos mais assediados na Europa. Alguns estão no fundo, outros não.
Quem faz a avaliação dos jogadores no Fundo?
DSO: Nós avaliámos os jogadores e determinámos as percentagens. Houve uma negociação com os avaliadores independentes. Não concordaram com a maioria das avaliações. Como o Benfica entendeu que a avaliação de alguns jogadores era baixa, retiram-se vários jogadores do Fundo. O valor é mais de compra do que de venda.
O Benfica foi pioneiro na criação do fundo e criticado, por exemplo, pelo Sporting, que entretanto também pondera lançar um. São indiferentes à crítica?
LFV: Aceitamos a crítica construtiva, ignoramos a crítica ressabiada. Quanto a esta, há uma indiferença total. Ficamos muito felizes que venham atrás de nós. Em relação ao Fundo, acredito que, obrigatoriamente, vão seguir esse caminho. Do ponto de vista financeiro, também inovámos nos patrocínios. Em alguns casos foram mesmo pressionar os patrocinadores que estavam com o Benfica.
Qualquer uma das SAD tem uma liquidez residual. Faz sentido continuar cotadas em bolsa?
DSO: Do ponto de vista técnico, faz. Porque uma entidade que emita papel comercial ou um empréstimo obrigacionista, tem de estar sob a supervisão da CMVM. Do ponto de vista dos investidores, sentimos que os accionistas têm acções por uma questão emotiva, de ligação ao clube e paixão, mais do que para ganhar dividendos ou encaixar com a valorização dos papéis.
O Benfica estreou-se na bolsa a cinco euros. Agora estão a cerca de três euros. É possível recuperar o valor inicial?
DSO: Nós não conseguimos responder a essa questão. Passados uns meses da estreia, publicámos os melhores resultados de sempre de uma SAD, lucros de cerca de 20 milhões e o preço da acção não mexeu. Portanto, a questão passa por aquilo que será preciso fazer para a acção regressar aos cinco euros.
Mas acha que não há muita lógica no sobe e desce das acções?
DSO: Muito honestamente, não há lógica. É um investimento mais emocional.
O presidente tem uma participação no capital. Não costuma comprar, nem vender acções?
LFV: Não compro, nem vendo. A posição está lá parqueada. É o que tenho e já não é tão pouco quanto isso. Comprei para preencher um determinado capital necessário, não com a ideia de fazer mais-valias. Aliás, comprei as acções a cinco euros e hoje estão bastante abaixo disso.
Pedro Sousa Carvalho e Sandra Almeida Simões
Luís Filipe Vieira quer ganhar o campeonato, a Taça e chegar aos quartos-de-final da UEFA.
O treinador do Benfica está de pedra e cal, quem o garante é o presidente do clube, Luís Filipe Vieira. Nem o facto de Jorge Jesus estar a aprender inglês preocupa o presidente que diz que o futebol no Benfica ainda não atingiu o máximo.
Quais são os objectivos desportivos para esta época?
Foram definidos em reunião de quadros do Benfica. Na equipa principal, queremos ganhar o campeonato nacional, conquistar a Taça de Portugal e chegar aos quartos-de-final da UEFA. No futebol de formação e nas modalidades queremos ganhar os dois campeonatos.
Jorge Jesus foi contratado por dois anos e mais um de opção. Tendo em conta o arranque da época, antecipa a prorrogação do vínculo na terceira época?
Acabámos agora de fazer um contrato com ele. Temos um longo caminho a percorrer. Não há necessidade de, neste momento, estar a pensar nisso.
Ainda é cedo para falar em renovação de contrato?
É cedo para nós e para ele. Logicamente estamos muito satisfeitos. Penso que foi a opção certa para o Sport Lisboa e Benfica.
Pelo menos, o vínculo da terceira época será accionado?
Não tenho dúvidas que será treinador do Benfica por muitos anos. A sua ambição representa a nossa ambição e a sua dedicação e competência são reconhecidos por todos, portanto, as condições para ele fazer um percurso de longa distância nesta casa estão reunidas. Nós temos um mandato de três anos e pelo menos nesses ele estará aqui.
Preocupa-o que o treinador Jorge Jesus esteja a aprender outra língua?
Não, não me preocupa minimamente. Conheço bem o Jorge Jesus. Sei a relação que temos com ele. E estou muito descansado. O inglês é um factor de valorização e não necessariamente de exportação. Hoje comanda muitos jogadores sul-americanos, o espanhol é fácil de entender e falar mas, no futuro, podemos ter jogadores ingleses.
Se for campeão, acha que consegue segurar o treinador no Benfica?
Já disse que Jorge Jesus ficará no Benfica por muitos e bons anos.
É possível manter este tipo de registo, de grandes goleadas, por muito mais tempo?
O que o nosso treinador nos transmite é que ainda não atingimos o máximo. Ainda estamos longe de atingir o máximo e, tal como ele diz, ganhar por um ou por seis garante na mesma apenas três pontos. Mas se pudermos ganhar por seis é melhor! Mas é importante avisar que haverá momentos em que vamos encontrar maiores dificuldades e não poderemos baixar o apoio à equipa.
Rui Costa pode tornar-se num bom presidente do Benfica?
Neste momento, o Rui Costa tem uma missão a cumprir e o futuro é sempre um espaço em aberto. O Rui terá de decidir se um dia quererá ser presidente do Benfica. O projecto que tem entre mãos é ser director desportivo do Sport Lisboa e Benfica e administrador da SAD. Nesta altura, está rodeado por um grupo de excelentes profissionais com quem está a aprender muitas coisas. Está a crescer. Depois, dentro de alguns anos, é uma opção que terá de ser ele a tomar.
A arbitragem é sempre um assunto polémico...
Já disse tudo o que tinha para dizer em matéria de arbitragem. Decidimos que esta época não falaríamos de arbitragem e é uma postura que pretendo manter.
Casos como o Apito Dourado mancham a imagem do futebol nacional?
É evidente que não o valorizam. Mas não é um caso exclusivo do futebol português. O que é necessário é garantir que o que sucedeu no passado - creio que hoje ninguém tem dúvidas do que sucedeu, apesar de algumas decisões judiciais - não se repita. Mas não quero voltar a esse dossier.
O Benfica é o segundo clube que mais paga em termos de salários e prémios. Como descreve a política salarial do clube?
No próximo exercício a política salarial deve ficar estável, mas no exercício de 2008/2009, face ao exercício 2007/2008, subiu, sobretudo, por força da rescisão da anterior equipa técnica.
Em relação ao Nuno Gomes, já tem um papel definido para o futuro dele no Benfica?
O Benfica tem uma ligação contratual com o Nuno Gomes. São mais dois anos de contrato. Depois, não sei o que vai suceder. Agora há uma coisa que podemos garantir: qualquer jogador que seja quadro do Benfica não pode pensar que quando acabar o contrato vai ficar dentro do SLB. É verdade que o Nuno Gomes é uma figura do SLB, mas na altura própria logo vamos pensar nisso. Não vale a pena antecipar cenários.
Qual é o racional de manter Mantorras no plantel? É uma estratégia de ‘marketing'?
Não é uma estratégia de ‘marketing'. Ele próprio já assumiu comigo que não vestirá mais nenhuma camisola sem ser a do Benfica. Vai terminar a sua carreira no Benfica. Tem um contrato com o Benfica. Vamos respeitar esse contrato.
Pedro Sousa Carvalho e Sandra Almeida Simões
Segundo as contas da SAD, basta vender seis jogadores para cobrir todo o passivo bancário.
Luís Filipe Vieira garante que o Benfica "não está vendedor, mas comprador", mas ainda assim admite a venda de um jogador. Quanto ao negócio, revela ainda que a incorporação do Estádio na SAD será apresentada na próxima assembleia-geral, marcada para 19 de Novembro.
O investimento é uma estratégia assumida esta época?
LFV: Esta época e a anterior. Desde que o entrei na SAD em 2001 foi tomada uma primeira opção estratégica que condicionou todas as outras, a construção do Estádio. Digo que condiciona todas as outras, porque custou - com todas as infra-estruturas adjacentes - 160 milhões de euros e obviamente que a vida do Benfica do ponto de vista financeiro passou ser regulada pelo cumprimento do Project Finance associado.
Ainda é possível melhorar os patrocínios?
DSO: É. Falta vender o ‘naming' do Estádio, que pode ser complementado com a melhoria do patrocínio das camisolas, das bancadas e dos pavilhões. As receitas de quotização estão a subir. Passar de 200 mil para 300 mil sócios, na prática significa cerca de sete milhões de euros.
Estão disponíveis para investir mais?
LFV: Ainda estamos disponíveis para investir mais nesta equipa em termos de jogadores, essa é uma garantia que posso deixar. Os investimentos começaram mais estruturadamente em 2008 e continuaremos até 2010.
Consideram que de alguma forma estão a hipotecar ou a diminuir a margem de manobra da próxima direcção?
LFV: Pelo contrário. Quando chegámos a esta casa já estava tudo hipotecado. Agora, há um futuro e risonho. Para terem uma ordem de grandeza, imaginem que queríamos cobrir o passivo bancário. Garanto que bastava vender seis jogadores e cobríamos o passivo bancário.
É difícil não cair em tentação?
LFV: De facto as propostas são tantas que vamos ter de saber resistir, porque o nosso objectivo passa por ganhar o campeonato e isso só se consegue mantendo os nossos activos, mas admito que iremos vender um jogador. Vou-lhe dar apenas um exemplo de valorização - e não estou a dizer que o vamos vender - o caso de Di Maria, que está avaliado em 22 milhões de euros no Fundo. E ainda ontem soubemos quanto vale Di Maria no mercado e posso garantir que vale muito mais.
É uma gestão financeira que se consegue mesmo sem ir à liga dos campeões?
DSO: O nosso plano prevê que o Benfica eventualmente não vá à Liga dos Campeões todos os anos, mas tem todas as condições para estar regularmente na Liga dos Campeões. O plano aguenta isso. Agora pode colocar-se a questão ao contrário: será que todos os planos de todas as sociedades aguentam não ir, eventualmente, um ou outro ano à Liga dos Campeões?
Para quando a incorporação do estádio na SAD?
DSO: A intenção é apresentar essa operação aos sócios e accionistas das duas instituições entre Novembro e Dezembro.
Em 2013 terão outro tipo de receitas?
DSO: Sim, relacionadas com os direitos televisivos. Daqui até lá, teremos de pontualmente procurar as melhores soluções. A solução da venda de jogadores é uma possibilidade. Os contratos que vão terminar nessa altura, como o das camisolas, a Adidas, a própria situação do contrato do nosso canal, serão alvo de negociação, não será global, mas faseada. Tudo isso será alvo de uma negociação que será desenvolvida neste mandato.
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